Foi assim que comecei a tentar entender e a acompanhar a estrada da Fê, como é carinhosamente chamada. Mas, na verdade eu me dei conta que muito antes do livro nascer, da ideia de escrever surgir eu já acompanhava tudo de perto. Na época pelo facebook, não era muito ligada no instagram. Mas, lembro perfeitamente quando li que ela havia largado o emprego dos sonhos e correria o mundo de mochila nas costas.
Ali mesmo me identifiquei, e lembrei de mim querendo fazer o mesmo, desde que me conheço por gente. Eu quando adolescente fiz até concurso para a Marinha no sonho, infantil e ingênuo, de conhecer o mundo. Depois quis ser aeromoça, porém eu não tinha altura, dinheiro para estudar e nem falava inglês, graças a Deus. Porque ao longo da vida fui entendendo que não é assim que a gente conhece o mundo. Primeiro a gente tem que conhecer a gente mesmo, nossos limites, nossos medos e entender a nossa própria estrada.
Ela saiu em busca da sua essência, cruzou o oceano, desvendou continentes, passou perrengues e disse um não bem grande ao Amor. Não é pra mim, sentenciou com o coração despedaçado. O que preciso agora é encontrar a Fernandinha, a menina que queria ser bailarina e acabou encontrando sua dança entre as palavras. Ela queria de voltar os sonhos, encontrar sua verdadeira identidade, ela queria encontrar sua estrada.
Uma das frases que mais gosto na trajetória da Fernanda, do livro e da volta ao mundo é: como você pode desejar paz para o mundo se não consegue estar em paz consigo? Bingo. É sobre isso a jornada dela, e é sobre isso a vida. O que eu consegui encontrar nas letras, nas linhas e no texto de Quem é a Estrada? Consegui encontrar um pouco de paz. Paz ao errarmos, paz ao entregarmos a alguém aquilo que é tão precioso na nossa vida, paz com os percalços e paz com o caminho que temos que percorrer até que algo aconteça e te chacoalhe, quase aos gritos, e diga: chega!
Ah, e o amor? Não fui feita para ele. Quem disse? Quem instituiu em nossas mentes que o amor tem nome, sobrenome e formato padrão? O amor começa em casa, pelo detalhe, por aproveitar os pequenos momentos como saborear um vinho, um beijo, um recado. O sopro do vento, um piquenique ou simplesmente as páginas de um livro que nos leva além, muito além. O amor é pra mim sim, o amor é para a Fernanda sim, o amor está aí, basta a gente ter coragem para seguir, escolher o lado certo e encontrar com ele na sua própria estrada.
No texto do seu blog antes de partir e dar a Volta ao Mundo, ela citou Cartola, dizendo apenas: estou indo. “deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar rir pra não chorar. Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar, eu quero nascer, quero viver. Se alguém por mim perguntar, diga que eu só vou voltar quando me encontrar.
Viva a vida!!