
Agora você já deve estar pensando, lá vem o restante da frase: vendemos experiências e momentos memoráveis.
Mas, se eles não vendem vinho e hospedagem, o que eles vendem então? Depois de passar apenas dois dias, sim, gostaria de ter ficado ali uma vida inteira, o que sobrou foi tentar desvendar o propósito deste projeto. Depois de passear pelos recantos do Malhadinha, provar o café da manhã servido à beira da piscina, degustar o azeite, o mel e os pratos do Jantar Relais Château, fazer a prova de vinhos e dormir no quarto maravilhosamente bem decorado e incrivelmente confortável, e experimentar a hospitalidade, e o bem receber, de quem faz as pessoas sentir-se em casa, pra mim o que a Malhadinha Nova vende é o luxo do tempo e da imensidão.

Então vamos à história. A propriedade de 450 hectares foi comprada pela família em 1998 com o intuito de produzir vinho. A família Soares já atuava no mercado com a Garrafeira que leva o seu nome, desde 1983. Na Herdade havia apenas uma casa e muito espaço. Aos poucos o sonho de fazer vinho foi sendo incorporado ao lugar, à natureza e à biodiversidade. Eles viram ali um novo cenário, então começaram a produzir mel, colher da própria horta, produzir azeite e cuidar dos animais que fazem parte do lugar, como o porco preto, a vaca alentejana, as ovelhas merinas, e os cavalos puro-sangue Lusitano.
Toda a família participa e acredita no que ai estão construindo dia a dia, os filhos, desde pequenos, desenham os rótulos, e a imagem da própria Malhadinha, vaquinha malhada que dá nome ao lugar, é uma graça. De todos os vinhos produzidos na herdade apenas o Malhadinha não tem seu rótulo alterado, os demais sempre passam por alguma transformação, mas a Malhadinha não. Ela é o símbolo de tudo o que eles acreditam.








Fiquei hospedada na Casa Ancoradouro, que tem 7 suítes, e é toda branca por fora tem total sinergia com as oliveiras e frutíferas plantadas ao redor, mas o que nos deixa boquiabertos é o charme com que Rita Soares projeta cada detalhe do lugar. A cor é terracota, e esta cor dá o tom de cada objeto, a roupa de cama absurdamente confortável, os amenities na banheira que está charmosamente disposta dentro do quarto, e nas cortinas leves, brancas e esvoaçantes que convidam a ouvir o vento.













Eles vendem legado, história, cuidado com o detalhe, com a família reunia ao redor da mesa, experiências, natureza, bem receber e afeto. A Malhadinha Nova vende ver o silêncio, encontrar o amanhecer, ouvir o por do sol, sentir o canto dos pássaros e saborear o cheiro exuberante do paraíso.
